Um dia por brincadeira
Eu fui à feira da ladra
Levei uma mala cheia
De trapos velhos, antigos
E outros artigos
Já fora de moda.
Sem preconceitos sentei-me no chão
E, ao desbarato vendi
A quem passava nessa ocasião
Vendi ao trabalhador,
Ao Senhor doutor.
De chapéu e bengala na mão
O intelectual que lia o jornal
Com muita atenção
parou e até comprou
um velho livro doutra geração
Até as senhoras da alta roda
Entraram na confusão
E compraram os trapos
já fora de moda.
Como se fosse em primeira mão.
Quando à tardinha, a casa regressei
Confesso não vinha sozinha.
Trazia a alma cheia
Se sonhos e fantasias
E na carteira, alguns trocados
para os próximos dias.
Maria Teresa Nicho
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