quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

LIBERTAÇÃO



LIBERTAÇÃO

Reprimo um grito silencioso que o vento levou,
o céu tempestuoso me toca e a chuva fria molhou,
veio um fantasma hirto lembrar que eu nada sou,
e ficou o caminho vazio para esquecer onde vou;

Não te procuro nem te abraço nessas tristes veredas
que me ofuscam no braseiro apagado das labaredas
rugindo o rosnar da fera ferida para que retrocedas
ao inferno onde enredaste as almas que lá hospedas;

Seguir-me-ás pelas fendas rendidas do meu pensamento
onde a obscuridade de um tempo se perdeu no destempo
e que o mar de choros e gritos roubados ao sentimento
será regozijo desfigurado e maléfico do meu tormento;

Joga! Joga sujo na restolhada fedorenta do teu ninho
lança as pedras aguçadas por esse teu olhar mesquinho
mas nada, sem peias nada me desviará do meu caminho
para sair do pantanal e encontrar paz no meu escaninho.

Fernando Santos

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