O MEU TRISAVÔ FERREIRO
Na
cave um alambique,
o
fedor a aguardente
espremida
e embalada.
Os
dedos arqueados
do
trisavô António,
vergado
pelo poder
do
martelo e da bigorna.
O
mata bicho
era
ali à bica,
subindo
à oficina
já
não sentia
o
calor da fornalha.
Alinhava
enxadas,
foucinhas,
gadanhos,
arados
e grelhas.
E
assim levava a vida
e
sustentava tanta filharada.
Ao
domingo fazia a barba,
penteava
e encerava o bigode,
vestia
o fato preto
e
pedia a deus perdão dos pecados.
Maria Olinda Sol
Lido por Agostinho Costa
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