AMAR-TE É DIZER-TE
Amar-te é dizer-te
num tempo concreto
que uma cor acorda
para lá da noite.
Amar-te é dizer-te
ao rasar da boca
queimada de exílio
sempre um até logo
e nunca um adeus.
Amar-te é dizer-te
que a origem retorna
ao corpo em ruínas
na sábia incursão
pelas margens do sonho.
Amar-te é dizer-te
das mãos como dádivas
esculpindo as vésperas
frementes do corpo
ávido de entrega.
Amar-te é dizer-te
apenas num olhar
onde cabe o silêncio
que te disse tudo
sem sequer falar.
Amar-te é dizer-te…
Kim Berlusa
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