quinta-feira, 21 de maio de 2015

VIII


VIII

Rodeado o cume da mais alta escarpa deste livro,
admiro todos os desaires desconstruídos
e volto a face ao negativo desta corrida a caminho da luz,
como quem voga em águas de um mar pacífico.

O vento não me enfurece as velas,
as ondas já me não carregam no dorso desatinado
nem a gravidade desta Terra pode já desfavorecer-me.

A minha energia sobrevoa as mágoas,
a minha alegria tinge todas as cores,
a minha paz amacia os dedos e as linhas reescritas.

A caminho de uma Lua Cheia,
o vento norte se ajoelha,
e já as tempestades se perderam no deserto de outras
caminhadas.

Desfaço as ligas,
destruo os corpetes,
abraço a nudez de ventres lisos
e beijo o arco-íris em céus lavados.

Toda a Vida,
plena,
até quando o tempo quiser.
Ou se esquecer!


Alice Santos

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