SOB O ARCO DE TRIUNFO EU SENTEI
Sob o Arco de Triunfo eu me sentei
E olhando as teciduras na pedra lavrada
Em dorida agonia a morte inumana
E os heróis vencedores eu lastimei!
Sob o Arco de Triunfo me sentei
E li de relance os nomes ordeiros
Que regozijados haviam sabido vencer
Dos humanos a sua instaurada lei.
E nos trinta medalhões ainda ouvi
Os gritos lancinantes ensurdecendo
Nas trinta batalhas dos homens mortos
Que a História não reza como eu vi
A voz dos voluntários tiritando
Dizendo a si que não ainda ouço
Negando a bravura e o sublime
Sonhando no abismo seu desmando.
Não ouvi cantar vitórias nem louvores
Nem aos homens tecer heroicidade
Nem soldados entrando sob o Arco
Reclamando ao Imperador os seus favores.
Vi sim ali o sangue que existir se nega
Correr a jorros imposto por insanos
Os corpos mutilados pela ambição
Que ao homem avaro tanto cega…
Acilda Almeida
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