sábado, 30 de agosto de 2014

CHUVA ABENÇOADA



CHUVA ABENÇOADA

Pintam-se os céus de chumbo,
Ruge na distância o trovão,
Solta-se da alma um gemido como a implorar o perdão,
Abrem-se as comportas do céu e copioso pranto de anjos,
É dádiva que do alto desce como prece para o chão.

Pranto que a terra sedenta de braços abertos recebe,
A natureza em frémitos de amor se renova em sinal de gratidão,
E meu coração rejubila e agradece,
O universo se redime nesta esperança de perdão.

Chuva abençoada cai, lava tudo em teu redor,
Lava as penas de minha alma e as magoas do coração,
Lava o amor sofrido e mal fadado,
Que não se deixa render,
Anda para aí desanimado, infeliz por te perder.

Chuva abençoada cai com carinho, enches a terra de beijos,
Que liberta seus desejos com o vigor da nova seiva,
Ergue-se da terra um hino!
Soam as trombetas do céu!
Voam para longe as nuvens e calam-se as mágoas do peito!

Ester de Sousa e Sá

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