CHUVA ABENÇOADA
Pintam-se os céus de chumbo,
Ruge na distância o trovão,
Solta-se da alma um gemido como a
implorar o perdão,
Abrem-se as comportas do céu e
copioso pranto de anjos,
É dádiva que do alto desce como
prece para o chão.
Pranto que a terra sedenta de
braços abertos recebe,
A natureza em frémitos de amor se
renova em sinal de gratidão,
E meu coração rejubila e agradece,
O universo se redime nesta
esperança de perdão.
Chuva abençoada cai, lava tudo em
teu redor,
Lava as penas de minha alma e as
magoas do coração,
Lava o amor sofrido e mal fadado,
Que não se deixa render,
Anda para aí desanimado, infeliz
por te perder.
Chuva abençoada cai com carinho,
enches a terra de beijos,
Que liberta seus desejos com o
vigor da nova seiva,
Ergue-se da terra um hino!
Soam as trombetas do céu!
Voam para longe as nuvens e
calam-se as mágoas do peito!
Ester
de Sousa e Sá
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