Os
meus olhos são uns olhos.
E
é com esses olhos uns
que
eu vejo no mundo escolhos
onde
outros, com outros olhos,
não
vêem escolhos nenhuns.
Quem
diz escolhos diz flores.
De
tudo o mesmo se diz.
Onde
uns vêem luto e dores
uns
outros descobrem cores
do
mais formoso matiz.
Nas
ruas ou nas escadas
onde
passa tanta gente,
uns
vêem pedras pisadas,
mas
outros, gnomos e fada
num
halo resplandecente.
Inútil
seguir vizinhos,
querer
ser depois ou ser antes.
Cada
um é seus caminhos.
Onde
Sancho vê moinhos
D.
Quixote vê gigantes.
Vê
moinhos? São moinhos.
Vê
gigantes? São gigantes.
António Gedeão
lido por Francisco Ferreira
Sem comentários:
Enviar um comentário